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segunda-feira, 18 de julho de 2011

E o Brasil deu chabu...


Ontem, com a desclassificação do Brasil na Copa América, experimentei a sensação de ver a seleção perder ante o meu mais absoluto cinismo, algo que é raríssimo, pois eu levo futebol a sério e nunca torço sem doses generosas de nervosismo, palpitação, raiva e palavrões. Mas ontem eu estava meio laissez-faire, meio blasè, meio "que se dane a seleção". E esse meu cinismo tem uma origem clara: eu nunca botei fé nesse time que foi para a Argentina. O time do Brasil é formado por projetos de jogadores - com exceção de Lúcio, Julio Cesar, Maicon e Daniel Alves, caras que merecem a camisa da seleção e que coincidentemente estiveram na última e malfadada Copa do Mundo. Neymar, Ganso, Pato e Lucas são jogadores que nem saíram direito dos cueiros e já são tratados como craques consumados pela imprensa nacional. E aí está o grande problema do futebol brasileiro, segundo meu avô: a imprensa endeusaj ogadores que, apesar de serem bons de bola, não passam disso mesmo, bons de bola. Craque é outra coisa, algo muito mais além de ter habilidade, chutar, passar e cabecear bem. Craque tem que ser decisivo em momentos agudos, quando o time mais precisa. Craque tem que mostrar tenacidade e garra contra adversários duros, não contra times fuleiros do interior do Brasil ou dos cafundós da América Latina. Craque é Messi (o do Barcelona, não o da seleção), como foram craques Pelé, Maradona, Zidane, Ronaldo, Romário, Garrincha e Rivelino, não esses moleques que parecem ter na seleção brasileira apenas uma vitrine onde possam desfilar seu futebol afetado para valorizar seus passes no mercado internacional. Em suma, no time brasileiro faltam mesmo jogadores, homens com vontade de vencer e não apenas de aparecer. Em outros termos, precisamos de mais Messi e menos Cristiano Ronaldo. Agora, vários comentaristas esportivos das diversas mídias vão dar suas versões para a derrota do Brasil e certamente vão esquecer que Mano Menezes levou para a Copa América todos os jogadores que eram cobrados pela própria imprensa, o que me lembra o comentário de Galvão Bueno pedindo menos pressão sobre os "meninos do Brasil, que ainda não estão formados", pressão essa que ele próprio ajudou a criar ao superestimar alguns jogadores. Não me parece justo que a mídia encha a bola de alguns caras, os transformando em solucionadores dos problemas do time brasileiro e depois peça calma ao torcedor. Me faça uma garapa! Ganhando o que eles ganham, o mínimo que se exige é empenho e dedicação, pois eles só fazem isso da vida e tem que fazer bem feito. Depois dessa campanha ridícula na Copa América quase deu saudade de Dunga. Quase.